Olá! Seja bem vindo(a) ao segundo post.
Essa é uma sequência onde eu conto um pouco da minha história. No post passado eu comecei contando sobre a minha infância e o primeiro contato que tive com um computador, chegando até o momento em que entrei para o ensino médio e depois curso técnico em informática.

O ensino médio, teve um grande importância para mim também. Talvez nem tanto ligado ao lado profissional, mas foi uma fase de grande crescimento pessoal. Como falei anteriormente, passei a maior parte da minha infância morando em uma cidade do interior e fui fazer o ensino médio em uma cidade vizinha que apesar de também ser interior era bem maior. Pode parecer meio bobo, mas ir estudar em outra cidade e conhecer muita gente nova me fez amadurecer bastante.

Entendendo melhor as coisas

Mas voltando a contar a minha história, como eu falei no primeiro post, a única forma de trabalhar com computadores que eu conhecia era em lojas de manutenção. E eu entrei no curso técnico pensando que eu iria aprender isso. Acho que eu tinha tanta certeza que queria fazer o técnico que eu acabei nem lendo a descrição do curso direito e já me matriculei.

Conforme foram passando as aulas eu fui aprendendo sobre lógica de programação, banco de dados, um pouco do conceito de hardware e até tive um primeiro contato com Linux. Mas até a metade do primeiro semestre eu não tinha entendido muito bem para que servia tudo aquilo. Ficava me perguntando quando iríamos começar a ter aulas de manutenção.

Até esse momento a matéria de lógica de programação estava sendo toda teórica. Escrevia portugol e fluxogramas no caderno e entendia um pouco melhor alguns conceitos de algorítimo em uma sala de aula normal. Então um dia o professor chegou na sala de aula e disse que começaríamos a ter aulas práticas.

As primeiras lições

O professor nos levou até o laboratório de informática e nos apresentou o Visual Studio. Começamos fazendo console aplications no VB.NET. O primeiro exercício (depois do “Hello Word“, claro) foi fazer uma calculadora. Foi nesse momento que minha cabeça explodiu! “Como assim? Eu consigo fazer o computador somar dois números quaisquer que eu mesmo digito!”. Achei aquilo incrível. Parecia mágica, e eu era o mágico. Cada novo comando que eu ia aprendendo eu ia ficando mais encantado. if, for, while, dava até para usar um switch e escolher se eu queria somar, subtrair, multiplicar ou dividir. Depois de vários exemplos com programas rodando em console, comecei a desenvolver os Forms Aplications. Agora dava para fazer botões e uma calculadora visualmente parecida com a original do Windows!

No segundo semestre, o objetivo era fazer um sistema de controle de estoque. Com cadastro de produtos, listagem, exclusão e exclusão (o famoso CRUD). Um escopo relativamente simples, mas complexo o suficiente para aprender vários conceitos importantes.

Apesar de eu estar muito interessado nas aulas e gostando muito do conteúdo, fui deixando para fazer o projeto final nas últimas semanas do semestre (quem nunca, né?) e aí aprendi uma lição muito importante sobre programação: o software dá bug! Foi a maior correria para finalizar o projeto na última hora e então começaram a aparecer uns erros no sistema e eu não consegui resolver.

Chegou o último dia de aula e eu não entreguei o trabalho. Fiquei apavorado. Imagine só, até então eu era o tipo de aluno que se esforçava sempre para tirar a nota mais alta, e de repente eu seria reprovado em uma matéria! Como eu era muito tímido, eu nem fui falar com professor, simplesmente esperei até o dia da publicação da nota para ver o que ia acontecer.

Demorou umas duas semanas para saírem as notas. E quando fui ver, eu tinha sido aprovado na matéria, mesmo sem ter entregue o projeto final, apesar de ter ficado com a menor nota possível. Talvez o professor tenha considerado alguns outros trabalhos menores e a minha participação em sala de aula.

Depois desse susto, resolvi me mover. Peguei com um amigo o projeto completo dele e fui estudá-lo. Percebi que eu não tinha entendido tão bem a matéria quanto eu achei que tivesse. Não dei nenhum Ctrl+C Ctrl+V no trabalho dele, mas fui fazendo linha por linha, tentando entender cada detalhe.

Passei as férias inteiras desenvolvendo esse sistema, e quando começaram as aulas do 3° e último semestre, eu estava como sistema todo pronto.

Neste semestre também teria que desenvolver um TCC (que a sala inteira fez baseado no sistema de estoque rsrsrs). Esse TCC foi bacana não só pela parte de programação, mas também porque foi o primeiro projeto que desenvolvi em grupo (eu e mais 2 amigos), com datas de entregas, documentações e um escopo bem definido.

Só para deixar claro, todos esse projetos que citei até agora, não tinha nada de web, era tudo Desktop, com programação orientada a eventos, sem nenhuma classe ou objeto. Para te situar cronologicamente, tudo isso aconteceu entre 2009 e 2010. No último semestre tive aulas sobre orientação a objeto com Java e também sobre HTML e CSS, mas acabei não dando importância para isso na época.

Mas enfim, apresentei o TCC e terminei o curso. Agora eu era formado em Técnico em Informática. Sabia programar extremamente bem (pelo menos era o que estava na minha cabeça). No ano seguinte eu teria que escolher algum curso de faculdade para fazer e já sabia que seria algo na área de informática.

As histórias da faculdade e os primeiros passos na vida profissional vão ficar para o próximo post. Encerro essa parte da história por aqui.